Romaria dos Cavaleiros e apresentação do novo manto abre Festividade de Nazaré em Bragança

A Paróquia do Rosário realizará no período de 06 a 20 de novembro o Círio de Nossa Senhora de Nazaré em Bragança do Pará.

Com o tema: Virgem de Nazaré, ensina-nos a ser igreja, programação da festividade teve início neste domingo (06) com a Romaria dos Cavaleiros, a primeira romaria das programações do Círio 2022. A concentração foi às 08:00h na Igreja de São Benedito saindo em direção para a Fazenda da Esperança onde ocorreu a celebração da Santa Missa e logo após, almoço para os participantes.

A Santa foi conduzida até o interior da capela pelo cavaleiro Antonio Lucivaldo Lima, irmão do Pe. Carlos Afonso homenageado in memoriam.

Na Catedral Nossa Senhora do Rosário, às 19:00h, ocorreu a celebração da Santa Missa de abertura oficial do Círio 2022 com a apresentação do primeiro manto doado que será utilizado no Círio fluvial 2022.

 

DESCRIÇÃO DO MANTO:

O tema do Círio de Bragança deste ano (Virgem de Nazaré, ensina-nos a ser igreja), nos convida a reflexão sobre o papel de Maria como formadora, seja através da sua maternidade, seja pelo seu discipulado. Pensando nisso, este manto que é doado para compor parte deste momento de círio, carrega, apesar de sua simplicidade, algumas simbologias que remetem, à Esfinge de Maria ao ser envolvida por ele, pensar a referida temática. Dessa forma destacamos como cores: o azul (em dois tons – forte e claro) por ser uma cor muitas vezes associada a figura de Maria e, também, retratar o céu, o divino; o branco em detalhes esfumaçados ou pontualmente destacados, indicando delicadeza, serenidade, suavidade de Nossa Senhora; por fim, o dourado, traz o brilho, energia e realeza indicando o destaque Mariano no projeto divino e no nosso dia a dia.

Além das cores, outros pontos devem ser destacados. Um deles, e chave deste manto, é a ideia de pertencimento à nossa região conhecida como Salgado, Terra Caeteuara, ai representados no Todo desta obra pela praia de Ajuruteua e Rio Caeté. Estes dois personagens que definem, também, nossa identidade. A praia e o rio que carregam consigo uma biodiversidade rica, retratados pelas conchas, búzios e peixes no manto; são o sustento de muitas famílias; responsáveis por dar à cidade o título de Pérola do Caeté. Mas também, este rio e esta praia que são testemunhas do “ser igreja”, ou do “ensinar a ser igreja”. Um rio e uma praia onde navegam Maria e São Benedito pelas festividades, por onde passam os barquinhos em suas margens que sempre avistam nossas singelas igrejas (A de São Benedito, do Caratateua, da Vila-Que-Era etc.), meio por onde vieram os primeiros sacerdotes e, sobretudo, ambiente em que a cada dia se realiza o milagre da vida (Gênesis 1, 20-21).

Rio e praia em que são fortes os ritos da pesca: que ao ser igreja, é sinônimo de entrega, união e partilha. Elementos que notamos presente quando foi possível a pesca milagrosa de Jesus com Pedro e seus amigos (Lucas 5, 1-11) e ali, a pesca se faz ambiência de igreja. Pesca, cujo objetivo é a busca por alimento físico em meio as águas, e não por acaso a cobertura do manto foi feita com paitês azul claro, em tom próximo ao cinza: isso fora definido estrategicamente pra causar o efeito de ondulação da água, ao mesmo tempo que se assimilam o tom e a textura das escamas dos peixes da região (Caíca, Taínha, Gó, etc.)

Pesca também marcada pelas redes usadas nessa atividade, e presente no manto. As pedrinhas azuis, cilindros e esferas em branco, ali presentes, simulam as cordas e isopôs usados para prender as redes a fim de permitir sustenta-las como estrutura completa
nos rios ou mares. Por outro lado, esse mesmo significado trazido pela figura do terço, onde oração sustenta a alma e possibilita o acesso ao alimento físico. No manto de Nossa Senhora, o Terço é a Corda e a corda é o Terço.

Esta rede de pesca que está representada, também, pelos adornos de renda, mas que além disso, remetem a imagem feminina de Maria, pela delicadeza do tecido. Ademais, este tipo de tecido atrelado aos véus de noiva em casamentos. Maria, discípula, mãe e esposa! Santa Esposa do Espirito Santo. Por outro lado, essa visão de véu carregada do contexto em que ocorreu o primeiro milagre de Jesus Cristo: em uma festa de casamento (João 2, 1-12). Momento que marca não só o casamento de dois indivíduos,
mas um “casamento” entre os céus e a terra.

Ser igreja é ser conexão, tessitura, união: ser igreja é ser rede.

Ao centro, na parte de trás, temos um medalhão cercado por um círculo dourado. Eles, em perspectiva subaquática representam o sol, que ilumina as marés e os rios, o que permite visualizar os peixes ao redor e outros elementos aquáticos. Sol que é guia para os navegantes, sinal de bom tempo e de boa pesca, e sendo Cristo este sol que acalma (Mateus 8, 23-27). Dentro do sol há a oração do Pai-nosso, e o círculo ao redor é o esplendor solar e uma aliança. A oração do Pai Nosso como fonte de socorro e acalento dos pescadores durante o isolamento, ou de suas famílias nos momentos de despedidas e ausência enquanto estão em alto-mar. A aliança, é sinal de fidelidade, parceria e fé em Deus, que é sinal de luz em constância nos nossos momentos de dificuldades diárias.

Em fecho, este manto possui dois broches. Um que se situa no final da corda/terço e outro central. O primeiro corresponde a uma flor em pedrinhas azuis, ocupando o lugar da cruz, mas que esta pode ser deduzida do centro da flor, indicando que na vida temos momentos felizes e difíceis – a nossa flor e a nossa cruz, e que independente disso Maria ali se faz presente em sua cor azul, não nos abandonando. Por outro lado, o segundo broche, situado ao centro, é uma composição de duas correntes, remetendo a firmeza e segurança que temos em Maria como transmissora de nossas orações a Deus, assim como as correntes utilizadas nas embarcações e que são comumente usadas como elo entre a ancora e o barco.

Enfim, que este manto seja em/com Maria pelas suas simbologias um mecanismo de agregação, de ensinamentos para que sejamos, cada dia mais, igreja!

- Doação do Sr. M. A. L

Por  Matheus Felipe - Pascom Catedral

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